Os Evangelhos dos últimos domingos tem-nos permitido seguir o discurso de Jesus em que este, na sequência do episódio da multiplicação do pães, se apresenta como o Pão Vivo descido do Céu (cf. João 6). A novidade do texto deste domingo (Jo 6, 51-58) é que o mesmo Jesus identifica este pão que dá vida com a Sua carne e o Seu sangue, acrescentando que estes são verdadeira comida e verdadeira bebida.
Esta relação remete-nos, naturalmente, para a Última Ceia e, por extensão, para a Eucaristia que na atualidade celebramos. É que a Eucaristia é vista, na fé católica como lugar privilegiado de encontro com este Cristo que nos alimenta… que se oferece no pão da palavra, no pão da comunhão, com todas as consequências que esta (re)descoberta comporta.
Comer e beber significa, neste sentido, assimilar o próprio Jesus Cristo, torná-lO parte de nós, tornarmo-nos parte d’ Ele: há aqui uma comunhão, até no sentido de configuração íntima com Cristo. Além disso, este “sentar-se à mesa” com Cristo, remete para uma cumplicidade já assumida mas sempre a profundar. E, já que estamos neste partilhar de mesa, na Eucaristia, partilhamos mesa com Cristo, mas também com os outros crentes… partilhar mesa significa familiaridade… significa fraternidade: somos irmãos…estamos portanto desafiados a viver desse modo, na vida prática de todos os dias!
P.e Rui Barnabé