A vida nem sempre corre como queremos, por vezes até somos testemunhas ou vítimas de injustiças e é, por isso natural, que em certos momentos duvidemos da presença de Deus. Às vezes até é em nome de Deus que se cometem esses atos de injustiça (e até desumanidade), com é o caso dos atentados e tentativas de atentado que vamos acompanhando pela comunicação social. Mais difícil ainda é quando, aparentemente, não há culpado e quando são catástrofes naturais que provocam o sofrimento de inocentes (ainda está, por exemplo, por esclarecer, se foi esse o caso dos incêndios que assolaram, por estes dias, o centro de Portugal).
Este tema da injustiça e do sofrimento do inocente, e da presença ou não de Deus, será talvez dos mais difíceis para pessoas de fé como nós. Pessoalmente, continuo a acreditar num Deus presente e operante na História, num Deus que não abandona o fraco, o pobre, o oprimido. Reconheço que não entendo completamente os caminhos deste Deus que é Mistério…
Com quem sofre, penso que o melhor que tenho a fazer é dar a minha solidariedade, a minha partilha, a minha presença, a minha palavra e, tantas vezes até, o meu silêncio (de respeito… de sofrer com…). Penso que será assim uma das formas de Deus estar presente. Quem pratica a injustiça e oprime, poderá sempre contar com a minha voz de denúncia. Com Deus, procuro que permaneça o diálogo, a oração… pelas vítimas,.. e para que me ajude a entender os Seus Caminhos…
P.e Rui Barnabé