A vida faz-se de opções, de caminhos escolhidos, de passos dados, de voltas atrás quando é preciso recuperar o norte. Faz-se também de encontros e desencontros. Não vivemos sozinhos, isolados. Viver em grupo, em sociedade significa viver com. A nossa agenda está cheia de exemplos disso mesmo, de encontros previstos que nos organizam o dia a dia.
Nem todos os encontros são iguais. Alguns roçam a banalidade, são quase que acontecimentos mecânicos, que têm que ser ou que nos fazem cumprir calendário. Outros, encontros são importantes, podem ditar a nossa vida, o nosso futuro, as nossas opções. Há daqueles encontros que, à distância, não nos provocam grandes emoções e há aqueles que começam a acontecer muito antes do horário previsto: ou porque nos enervam, ou porque nos preocupam, ou porque significam a data limite para a realização de alguma tarefa, ou porque nos entusiasmam e fazem viver em antecipação do quão maravilhoso será encontrar esta ou aquela pessoa: aí esperamos o encontro!
Esperar é sempre um ato de antecipação que nos perturba nos desinquieta e nos faz prognosticar. Estar em Advento, viver em Advento é, para nós cristãos, também um movimento de antecipação. A espera já se faz de certeza: Jesus Vem! Naturalmente que acontecerá Natal no calendário mesmo que não despertemos para essa realidade… o tempo não perdoa nem espera. Mas se despertarmos para o Natal como aquele encontro especial que Deus quer ter connosco, a data na agenda ganha outro sabor, outra profundidade, outro sentido. Se calhar até precisávamos de uma desculpa para rever caminho e acertar o norte… se calhar a antecipação da espera e a vontade de chegar ao encontro poderão ser o tónico que necessitávamos para nos deixar inundar por Aquele Deus de Amor de quem andamos cheios de saudades.
P.e Rui Barnabé