Comunicar faz parte do código genético da Igreja – nasce diretamente do desafio deixado por Cristo: ide por todo o mundo e anuncai o Evangelho. Para levar a efeito o ato da comunicação, são precisos cinco elementos fundamentais: Emissor (quem comunica); Receptor (o que acolhe a Comunicação), um Canal (meio para efetivar o contacto), um Código (uma linguagem) e, naturalmente, uma Mensagem (conteúdo a ser comunicado).
O único elemento que não depende totalmente de quem comunica é o interesse do Recetor. A liberdade de cada um é o espaço em que constrói a sua personalidade e onde desenvolve os seus interesses (pode, portanto, não estar interessado em escutar o que alguém tem para dizer). Todos os outros elementos, que, como Igreja, também usamos quando comunicamos podem ser revistos e avaliados. Partindo do princípio que a Mensagem é de qualidade (é o próprio Evangelho), então os canais, os códigos e a postura dos emissores deve ocupar a nossa atenção: aí podemos sempre inovar para ir ao encontro da realidade do nosso tempo (e até, quem sabe, despertar o interesse dos que, até agora, não estavam motivados a escutar).
Naturalmente que, quando, em Igreja, nos referimos a ter uma Mensagem a Comunicar, não estamos apenas a referir um conteúdo que nos pode ser indiferentes. Ter uma Mensagem significa tê-la assumida em nós, encarnada, integrada na vida, na personalidade. Assim, a Comunicação transforma-se em Testemunho, porque partilha do que somos e do que Deus é em nós e para nós. Neste Mundial das Comunicações Sociais, partilho este desafio que tomo também para mim: que cada Cristão se transforme nesse emissor cativante, porque coerente, seguro porque convertido, aberto ao mundo porque consciente do seu Apostolado. Maria, a personalidade em destaque durante este mês, pode bem servir de exemplo para todos nós, também neste campo!
P.e Rui Barnabé