Deus propõe-se. A entrada de Deus nas nossas vidas faz-se a partir de uma porta que podemos ou não abrir. Deus não é um ditador que nos obriga a acreditar n’ Ele. Os episódios do Evangelho que se referem à chamada vida pública de Jesus, colocam-no sempre a passar nas ruas e nas praças, a pregar a Boa Nova a acolher os que d’ Ele se aproximam. Entra nas casas em que o convidam, permanece nos espaços em que O escutam, afasta-se daqueles que não O querem na sua presença. É sempre um jogo de liberdade: Estou aqui para estar contigo… se quiseres.
A Igreja, comunidade feita de pessoas que se inspiram na vida, pessoa e acção de Jesus Cristo, para, vivendo no meio do Mundo, continuarem a propor o mesmo Evangelho, tem tentado fazer o mesmo nos últimos dois mil anos. É verdade que tempos houve em que se esqueceu disso e usou a força para converter pessoas, é verdade que, nem sempre foi fiel ao exemplo do seu mestre. No entanto, sempre houveram Homens e Mulheres, talvez mais esclarecidos, talvez mais razoáveis, com certeza mais santos que denunciaram esses abusos e lutaram contra eles.
Felizmente que vivemos num tempo de liberdade em que ninguém se sentirá obrigado a pertencer a uma comunidade cristã, qualquer que ela seja. Sobretudo depois do Concílio Vaticano II, a Igreja começou a recuperar a pureza do Evangelho, a forma de ser e de estar de Cristo e dos primeiros Cristãos. Estamos no rumo certo. Se quiseres conhecer Jesus Cristo e viver à maneira d’ Ele, estamos aqui. E estamos aqui não apenas fechados dentro das Igrejas, mas no meio do Mundo, junto de ti, perto da tua vida real… mas só se quiseres. Não te sintas obrigado, manietado, oprimido. Se o jogo da liberdade não se mantiver, não podemos apresentar um Deus de Amor.
P.e Rui Barnabé