Estamos no fim do Ano Litúrgico. Para a semana, com o início do Advento começa também um novo ano celebrativo para toda a Igreja, um novo Ano Pastoral para a nossa Paróquia.
A tradição da Igreja coloca, no último Domingo do Ano, a Solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo. Isto acontece porque a conclusão natural para o crente que vive de forma assídua e continuada um ano em contacto com o Evangelho é esta mesma: Jesus Cristo é mesmo o Senhor do Tempo e da História, mas é também o Senhor da vida e da pessoa de cada um dos que se deixa guiar pela Sua vontade.
Curioso é o facto de num dia em que se fala de realeza e de poder o Evangelho nos apresentar um texto que se refere à atenção aos mais pobres, aos mais pequenos, aos mais fracos… Ficamos assim a saber que, ser rei à maneira de Jesus é estar ao serviço. Aqui é que se joga a identidade cristã no meio do mundo: na capacidade que temos de, vivendo à maneira de Cristo, ir ao encontro dos que Ele prefere – os pobres, os marginalizados, os fracos, os que não têm voz.
Diz-nos o Evangelho que é essa atitude que faz a diferença também na nossa relação com Deus. Já muitas vezes tenho dito neste espaço que amar a Deus e não amar os irmãos é um contracenso. As páginas da Escritura usam uma expressão bastante mais direta: quem ama a Deus e não ama o seu irmão é mentiroso.
Estamos a terminar um ano e a começar outro. Na vida é sempre assim: uma meta é sempre um novo ponto de partida. Porque não usar esta semana para avaliar o que temos sido e feito, de modo a entrarmos em Advento já com algumas pistas e prioridades para construir a pessoa que queremos ser, para edificar a Comunidade que desejamos? Uma Paróquia com pessoas que vivem â maneira do Evangelho, na disponibilidade e no serviço.
P.e Rui Barnabé