Por definição, o Cristão é aquele que se define como aprendiz de Jesus Cristo. No início da História da Igreja, ainda não se usava esta expressão para definir os Crentes, dizendo-se apenas que eram “os do Caminho”. A expressão “ser do caminho” surgiu porque os primeiros a tomar parte do grupo dos discípulos se entendiam como aqueles que seguiam Jesus: Caminho, Verdade e Vida. Nessa medida, ser Cristão era seguir os passos de Cristo, o que aponta a via pela qual se chega, no final da vida, ao encontro do Pai, mas também, já no presente, Se mostra como exemplo. Por aqui, anda aliás, o Evangelho de hoje, onde se começa a perceber que o Cristo ressuscitado não ficará fisicamente para sempre com os Apóstolos mas terá de partir para o Pai.
Depois desta partida, os discípulos começaram a pregar e a testemunhar quem era aquele Jesus Cristo, começando por fazer referência à Sua Morte e Ressurrição e, depois, alargando esse testemunho aos factos mais relevantes da vida do Mestre na Terra, no meio da Humanidade. Um dos aspetos mais importantes era assegurar que a fé que a cada dia mais pessoas abraçavam não se transformava numa teoria mas era posta em prática na vida. Por isso, tantos escritos do início da História da Igreja se focam nas atitudes diárias, no amor a Deus que não pode acontecer sem o amor ao próximo.
O texto da primeira leitura mostra exactamente a Caridade (Amor Fraterno) como prioridade na Comunidade de Jerusalém. A verdade é que se percebeu que um grupo de cristãos, neste caso do bairro grego, passavam necessidades… Para atender àquela gente foram escolhidas pessoas (os primeiros diáconos da Igreja). Ficam então duas ideias claras: desde o início da Igreja que os problemas que se conseguem identificar são mesmo para resolver; a pregação e a consequente conversão e profissão de fé, não podem ficar apenas no plano teórico: ser Cristão é arregaçar as mangas e trabalhar, para mudar o mundo, para o deixar melhor do que o encontramos.
P.e Rui Barnabé