Ser Cristão é, no fundo algo de muito simples. Descoberta a existência de Cristo, no nosso caso, em grande parte graças à presença e ao esforço e trabalho da Igreja, ou seja de todos os que nela estão envolvidos e comprometidos, a pessoa toma a decisão de querer saber mais, de aprofundar, no fundo, os conteúdos da Fé. Esse processo que, certamente, durará a vida inteira é possível, num primeiro momento, através da chamada “Iniciação Cristã”. Nela, tivemos e temos acesso aos princípios teóricos do Cristianismo, grosso modo, aqueles que estão enunciados no Credo que é rezado nas Missas. Mas a fé não é só conteúdo a aprender, talvez nem o seja sobretudo. Alguém dizia que o Cristianismo antes de ser Teologia é Antropologia. Quer isto dizer que a religião de que fazemos parte se configura como adesão prática à forma de viver proposta por Cristo: é uma coisa de pessoas, que muda as pessoas, que orienta as pessoas, que as ajuda a perceber quem são e o que têm de fazer para afirmar essa identidade. Mais ainda, a Fé define-se, em último grau, por uma adesão à pessoa de Jesus Cristo, atitude que vai ganhar corpo numa relação de diálogo permanente com Ele, de cumplicidade, que depois gera disponibilidade para assumir comportamentos novos. É este, no fundo, o sentido daquilo que S. Paulo designa como Homem Novo: ser de Cristo é ter uma atitude renovada perante a vida, que se notará necessariamente no nosso agir. O mesmo S. Paulo escreve hoje: Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Baptismo?…
P.e Rui Barnabé