A Ressurreição é um conceito fundamental e central na fé cristã que professamos, e é também o tema por excelência dos textos deste Domingo.
Por Ressurreição entendemos a participação na Vida Eterna, na presença de Deus, numa existência que tem de ser entendida como algo totalmente novo sem deixar de ser uma continuação do que somos. Parece um paradoxo, mas temos também de recordar que a Fé é um Mistério e que, sendo esta Fé razoável, não é, apenas, racional. Significa isto que a nossa inteligência e o nosso entendimento são chamados a estar ao serviço da descoberta do que Deus é, mas, a escala desse mesmo Deus nunca poderá ser totalmente abarcada pelas nossas capacidades mesmo que iluminadas pelo Espírito Santo.
O Evangelho dá a entender que as categorias que usamos agora não serão totalmente válidas nesse Ainda Não que nos espera e que nós esperamos. Por outro lado, o texto do Pai-Nosso que rezamos, ao menos, uma vez por semana na Missa, afirma a vinda do Reino de Deus ao Já da nossa vida. Assim, a estadia plena em Deus pode e deve começar no presente. Vida Eterna e Vida Terrena estão apenas aparentemente divididas pela Morte. Na realidade, essa mesma Morte, entendida à maneira Cristã, é a divisão que Cristo tornou ténue porque Ele próprio se configurou como a Porta que faz com que as duas Vidas sejam uma só Existência.
S. Paulo, por seu turno, diz variadíssimas vezes que, se vivemos com Cristo, também Ele nos acompanhará na Morte e estará connosco no Evento da Ressurreição; Hoje acrescenta: no tempo presente, a Fé e a Oração Solidária são os meios para estar com Deus e para construir a Comunidade com os Irmãos. Numa Palavra: se sabemos para onde vamos – e é para Deus – devemos, desde já, elegê-Lo como prioridade.
P.e Rui Barnabé