Estamos no Mês de Outubro: tempo dedicado às Missões ad gentes, ou seja aos territórios que, ainda hoje, estão a ser evangelizados e a tomar o primeiro contacto com Jesus Cristo.
O desafio que a Igreja nos faz passa por desenvolver, no fundo, uma atitude fundamental: perceber que há uma ligação íntima entre os que já são cristãos – as comunidades formadas, como a nossa – e o trabalho desenvolvido por uma multidão de homens e mulheres que partem para destinos longínquos – os Missionários e Missionárias – para fazer, fundamentalmente, o mesmo trabalho que os Apóstolos desenvolveram há dois mil anos atrás: falar de Cristo, batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e constituir comunidades que, identificadas com Deus, aprofundem, vivam e celebrem a Fé, como a nossa Comunidade já vai procurando fazer. Trata-se, portanto de um trabalho eminentemente prático e pragmático, que envolve desprendimento e coragem bem como capacidade de adaptação e espírito de sacrifício, desenvolvido, aparentemente, apenas por alguns dos Cristãos.
A verdade é que as Comunidades que já existem devem tomar consciência de que se configuram como retaguarda de todo este trabalho. Desde logo porque os que partem para evangelizar vêm dessas comunidades, mas não só. Paróquias como a nossa devem ter a noção que a sustentação prática desta tarefa depende, em grande medida, da sua generosidade e não falamos apenas de ofertas anuais, mas duma dinâmica que torne presentes aqueles que estão longe: colocando o seu trabalho na ordem do dia das nossas cidades, estabelecendo parcerias que permitam o desenvolvimento humano e espiritual desses povos. Além disso, e não menos importante, é a oração que podemos fazer individual e comunitariamente: a oração é que sustenta a vida da Igreja, como aliás nos mostram quer os textos da liturgia de hoje, quer o exemplo de Teresa de Jesus, Monja de Clausura e padroeira da atividade missionária.
P.e Rui Barnabé