Ser Cristão é sobretudo ser de Cristo. Isto significa: aprender com Cristo e viver à Sua maneira. Muitas vezes pensamos que a religião se faz de ritos e práticas, de tradições e costumes que vamos repetindo semanal ou anualmente. A verdade é que as ações que desenvolvemos em Igreja só têm sentido se acompanhadas de uma forte identificação com Cristo. Numa palavra: se nos sentimos agarrados por Deus, se sentimos que Ele nos ama e lhe respondemos amando, porque o Amor que Ele é que Ele demonstra vale a pena. Talvez por isso tantos sejam os Cristãos para quem os ritos são vazios ou a ida à Igreja sem algo sem sabor… e, por isso, simplesmente deixam de vir… A verdade é que esta atitude também pode estar ligada à forma como as Comunidades vivem ou celebram (e isto deve-nos fazer refletir como Paróquia). Mas também não é menos de ter em conta a questão que, sobretudo a segunda leitura de hoje nos coloca: será que os Cristãos de hoje são mesmo os que querem viver à maneira de Cristo, ainda que isso lhes possa trazer problemas na vida (como aconteceu ao Profeta da primeira leitura)? ou será que são os que continuam a seguir mais ou menos um hábito ou uma tradição… até que se cansem? A vitalidade da religião, da Igreja, se quisermos, mesmo da nossa comunidade, depende da forma ativa como desejarmos, no fundo do nosso ser, aderir profundamente a Jesus, num laço de união tão forte como o que temos com aquela pessoa sem a qual não nos imaginamos viver. É verdade que isto pode trazer consequências: quem tem convicções e as exprime tem sempre mais possibilidades de encontrar adversários. Quem teima em não viver como a maioria, pode ser marginalizado… mas também, quem teima em viver à maneira de Cristo, sabe que esses possíveis obstáculos não se comparam à alegria de se sentir associado ao grande projeto de criação de um Mundo justo que Deus sonha para nós e constrói connosco!
P.e Rui Barnabé